quarta-feira, 26 de maio de 2010

A batalha

Desnecessário seria tentar explicar o gosto amargo da derrota, quando a batalha vinha de sua própria essência.
O guerreiro ergueu a espada, mas estava fraco. De tempos antes já sabia que não seria possível. Estava lutando contra seu próprio ego, suas próprias emoções, seus próprios suspiros internos de querer e procurar.
Não, não deveria ter levantado a espada.
Deveria continuar sereno – era esse seu desejo. O desejo internalizado, suspenso e reto, baseado em seus princípios que estavam nascendo. Pois então poderiam não ser princípios. Talvez direitos adquiridos por desejar a paz.
Mas não tinha paz.
Enquanto levantasse a espada, não seria assim.
Se a batalha começa, não há empate. Então seria melhor não começar uma batalha.
....
Estava lá, caído. Humilhado pela derrota. Mais uma vez dentre tantas outras vezes.
Mais uma.
Suspirou.
Seria melhor levantar-se e voltar aos treinos. Mas, agora, só em outra vida.
O duelo do samurai é impiedoso.
E ele tinha perdido.
No campo de batalha daquela vida, sua cabeça estava separada de seu corpo...
... e de seu ego...
... e de sua arrogância...
... e de sua mente...
... e de tantas outras coisas.
Precisava unir tudo novamente. Precisava nascer de novo.
Flutuava pelo campo de batalha.


Edson Egilio - 26/05/2010)

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