sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Neutro

A energia cintilava no ar rarefeito que aquela subida podia proporcionar. Era íngreme, a ponto de tantos pesares, que muitos já haviam desistido. A respiração estava descompassada, seca. A água já não hidratava mais. Sem sentir dor ou pena, ou sentimentos contrários à sua jornada, o Guerreira caminhava, passo após outro, e outro também.
No cume alto da montanha podia ver, radiante, a felicidade da chegada. Ainda estava longe, mas já visualizava ele mesmo lá, antes de chegar. Sabia que estaria em paz num certo momento do futuro. Sem precisar o quanto ainda caminharia, o quanto ainda se esforçaria naquela subida mais áspera que suas dores poderiam suportar, continuaria sempre.
Pois sabia que já estava lá, em paz. Pois a paz estava dentro dele.

Um comentário: